A KPMG realizou um levantamento analisando os quatro padrões de retomada dos 40 principais setores da economia brasileira após um ano do início da pandemia da covid-19. Segundo o estudo, o setor de alimentos e bebidas está no processo de retomada de crescimento, em que as indústrias e empresas que atravessam o atual momento ganham fôlego com o comportamento do consumidor favoravelmente alterado durante a crise.
Entre os principais desafios para o segmento apontados pelo estudo, as medidas de restrição de circulação ainda vigentes foram as que transformaram mais profundamente os hábitos dos consumidores, que seguem preocupados com a segurança e utilizam os canais digitais mais intensamente. Com o crescimento online, impulsionados por conteúdo de qualidade e influenciadores, tornou-se fundamental reavaliar os meios tradicionais e consolidar novos modelos de omnichannel (estratégia de conteúdo entre canais que pode melhorar a experiência do usuário).
“Neste contexto, a pesquisa apontou um cenário em que não só há mais foco no consumo de produtos essenciais, especialmente durante a quarentena, mas também na compra de produtos que tragam bem estar no lar, que passou a ser o novo centro de convivência”, analisa o sócio líder do setor de Alimentos e Bebidas da KPMG no Brasil, Mauricio Godinho.
Com relação às tendências para o setor, o relatório apontou a real preocupação com reputação, marca e sustentabilidade, além de iniciativas que estimulem conceitos como ESG (Governança ambiental, social e corporativa), o consumo consciente e a economia circular. O relatório indica mais alguns tópicos prioritários com relação à nova realidade do setor de alimentos e bebidas:
• Modelo De Negócios: Marcas precisam demonstrar propósito, engajamento social e preocupação/cuidados com o cliente para gerar confiança e manter seu negócio sustentável. Reavaliação dos canais tradicionais, com maior utilização do canal digital por parte dos fabricantes, avanço com estratégia D2C e modelos de subscrição, como clube de compras ou assinatura mensal. Consumidores mais confortáveis com interações digitais, com maior adoção de novos modelos e omnichannel.
• Modelo Operacional: Fabricantes reconhecem que as formas convencionais de corte de custos não serão suficientes e precisam ir além para retornar à lucratividade, revisando frequentemente o “custo para se fazer negócios”. Planejamentos plurianuais devem ser substituídos por modelos mais flexíveis e de curto prazo. Decisões operacionais deverão ser mais direcionadas e embasadas por análise de dados em tempo real, com uso de IA (inteligência artificial). Logística omnichannel será uma das áreas de maior relevância com a popularização do comércio digital.
• Mudanças De Hábitos Dos Consumidores: Medidas de restrição de circulação seguem vigentes e o lar se tornou o principal centro de convivência. Consumidores seguem preocupados com segurança, usando o canal digital mais intensamente, impulsionados por conteúdo de qualidade e influenciadores.
• Estratégia Lean: Soluções de rápida implementação e ganhos mensuráveis no curto-prazo são tendência.
• Colaboradores: Modelo de trabalho hibrido, combinando modalidade remota com alguns dias presenciais. Nas fábricas, os protocolos de segurança são revisados e continuamente melhorados, com reforço para a continuidade do uso de máscaras, medição de temperatura e adaptação de espaços coletivos como refeitórios e vestiários.
• Estrutura De Capital: Revisão de portfólio e categorias com foco em consumo In-Home com retomada gradual de Out-Of-Home, preservando resultados de curto prazo e geração de caixa. Fortalecimento da estrutura de capital e ampliação do CAPEX voltado à transformação dos negócios para a “Nova Realidade e Retomada”.
• Gestão De Riscos: Fortalecer e/ou implementar uma política de gestão de riscos, Governança e Gestão ESG, que permitam à companhia enfrentar cenários de crise antes vistos como impossíveis ou improváveis.
Sobre a pesquisa “Tendências e a nova realidade – 1 ano de covid-19”:
O relatório da KPMG traz informações relevantes e um balanço sobre como as empresas vêm respondendo aos desdobramentos desde o início da crise, indicando quatro padrões de retomada para os setores. De acordo com a pesquisa, podem ser consideradas em processo de crescimento, as indústrias e empresas que escalam o pós covid-19 com o comportamento do consumidor favoravelmente alterado durante a crise. Já no retorno ao normal, essas organizações são vistas como essenciais. No terceiro estágio intitulado no relatório como “transformar para emergir” estão as indústrias e empresas que se recuperarão, mas ao longo de um caminho prolongado, exigindo reservas de capital para resistir e transformar modelos operacionais e de negócio. Por fim, em reiniciar, essas organizações lutam para se recuperar da covid-19 devido à demanda permanentemente reduzida por ofertas, capital insuficiente para evitar recessão prolongada ou má execução da transformação digital.
“A análise destaca que líderes de diferentes mercados têm buscado enfrentar esse momento com resiliência, informação e planejamento estratégico, de modo a antecipar possíveis entraves e obstáculos e, assim, obter os resultados esperados mesmo em um período complexo e desafiador. O estudo aponta as especificidades dos setores abordados, incluindo as tendências, as medidas que as empresas têm adotado para mitigar os reflexos do atual cenário, os principais desdobramentos observados neste último ano, as lições aprendidas e os riscos inerentes aos mercados”, finaliza o sócio de clientes e mercados da KPMG no Brasil e América do Sul, Jean Paraskevopoulos.
O documento completo está disponível no seguinte link: https://home.kpmg/br/pt/home/insights/2021/04/negocios-nova-realidade.html
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